CHIADOR (07/11/11) – A Companhia de Habitação do Estado de Minas Gerais (Cohab-MG) entregou novas casas a mais duas famílias de Chiador, na Zona Mata, que deixaram suas residências em função das obras do ProAcesso. Uma das famílias beneficiadas é a de Maria Ferreira da Costa, a Dona Maroca, de 87 anos. A outra é a do casal Ademar Nogueira e Laura Nogueira, ambos com 63 anos.
Beneficiária mais idosa do programa, dona Maroca, como é conhecida, recebeu uma casa de dois quartos, com piso de cerâmica e banheiro azulejado. Já o casal Ademar e Laura vai morar em uma casa de três quartos. As duas moradias estão localizadas no distrito de Penha Longa, onde ainda serão realocadas mais duas famílias.
Dona Maroca surpreende pela lucidez, saúde, mobilidade, tranquilidade e por ler e escrever sem uso de óculos. Ela fez questão de vestir uma roupa bonita para receber a tão sonhada casa nova, que possui um quintal com pés de jabuticabas. Lá, irá morar com seu filho Genivaldo, de 47 anos, de quem cuida até hoje porque ele apresenta déficit na idade mental.
Recordando sua vida desde a infância, ela conta que deixou a Vila Santa Fé, onde restavam apenas cinco casas, e passou a morar, há alguns meses, de aluguel social custeado pelo município de Chiador. Agora está feliz pelo fato de a Cohab estar conseguindo reassentar todos os seus familiares próximos uns dos outros, no distrito de Penha Longa. No local onde viviam, todas as casas foram derrubadas, a rodovia foi traçada e pavimentada, tendo restado apenas uma torre da extinta fábrica de cerâmicas e uma igrejinha.
Com a entrega dessas casas, o programa de reassentamento, custeado com recursos destinados ao ProAcesso pelo Banco Mundial, chega a 16 o número de famílias já beneficiadas. Outras oito casas ainda serão entregues pelo programa.
Chiador
Tendo vivido na antiga vila durante toda a vida, a saída da família de Dona Maroca pôs fim a um local que teve sua origem há mais de um século e meio, com a chegada, por volta de 1842, do português Antônio Joaquim da Costa, que lá desbravou, batizou como Santa Fé e fixou moradia. A primeira capela fora construída um pouco distante. Lá, Joaquim permitiu a seus numerosos escravos que construíssem ao redor os seus ranchos, dando origem a um povoado primitivo, de nome Santo Antônio dos Crioulos.
Posteriormente, o lugar passou a se chamar Santo Antônio do Chiador, após a inauguração, em 1869, da primeira estação ferroviária de Minas Gerais, na Estrada Ferroviária Dom Pedro II, precursora da Estrada de Ferro Central do Brasil. Inaugurada pelo próprio imperador D. Pedro II, a estação foi batizada de Estação do Chiador. O local ficou conhecido por esse nome por causa do “chiado” emitido pelas corredeiras entre as pedras do Rio Paraibuna, na divisa de MG e RJ, que margeava a estrada de ferro.